não devia...
Ouço um murmúrio que me contraria. Estou num funeral em que se canta ao longe. E sinto pena e desconfiança e dor e desilusão e injustiça. Sinto tanta coisa afinal, quando se trata apenas de mais um acontecimento que se repete. Apesar de te ter dito que sim, menti. Não aceito e não posso estar derrotada. Uma parte de mim esbraceja ainda. Quero ver-te, fazer-te, sorrir. Quero que me desejes pela primeira vez. O que sinto é um buraco escaranfuchado uma e outra vez, que não parece ter conserto. E é tão feio, tão abominável, que não pode ser novamente amado. E a cada nova braçada que dou a dor aumenta e o buraco ganha contornos de ravina.
Vou-te deixar outra vez. Digo sempre que o faço por mim, delato sempre a minha imensa cobardia. E ainda assim sinto merecer ser feliz. Chamaste-me bruxa por te ler a alma. Porque não me chamaste amor por te ler o corpo?
Vou-te deixar outra vez. Digo sempre que o faço por mim, delato sempre a minha imensa cobardia. E ainda assim sinto merecer ser feliz. Chamaste-me bruxa por te ler a alma. Porque não me chamaste amor por te ler o corpo?
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