ilkbahar - sonbahar
Uma jovem Rapariga, vestida de negro, de olhar perturbado e coração de andorinha. Desliza entre os convivas de uma festa ao ar livre. É fim de verão, talvez a última noite amena do ano, sente-se o cheiro das folhas do Outono e a transição dos verdes para castanhos dourados acontece ao mesmo tempo que ela sorri e abraça quem conhece. Sente vontade de esticar e prender cada momento de reencontro. Sabe o peso de cada sorriso trocado, saboreia a intensidade de cada ausência preenchida por instantes.
Ela sabe que Ele está aqui. Ainda não O viu e Ele não suspeita sequer da sua proximidade. Antecipa o momento para logo a seguir esquecer enquanto distribui carinhos e ternuras. O seu olhar descai para a prega do vestido descomposta e pensa que deveria ter optado pela saia de cetim. Quando levanta a cabeça… vê-O. O coração ilumina-se, sente fogo de artifício a iluminar-lhe o peito e de dentro do corpo um botão de flor abre-se de forma redonda e perfeita. Os seus lábios não se movem, contudo os seus braços e pernas afastam suavemente todos os que estão entre Ela e Ele. Os seus olhos estão presos um no outro e o sorriso, que Ela vê desenhado nas rugas vincadas do rosto d’Ele, resgatou a felicidade que Ela julgava ter perdido nessa primavera.
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