terça-feira, agosto 30, 2005

cinema: os edukadores



Fui ver, em ante-estreia, o filme "Os edukadores". Adianta ressaltar apenas e só, não por ser a parte melhor mas antes por ser o que teve de mais original, o argumento. Fala de jovens que lutam e defendem causas em que acreditam. E só isso é dizer muito. Numa altura da história em que as sociedades parecem adormecidas e a falta de causas é a desculpa mais apontada, é bom ver quem ainda defenda Causas (a letra maiúscula é deliberada). Aconselho a todos. Aconselho em particular a todos os que ainda lutam activamente por algo que crêem verdadeiro e é sem dúvida para todos os que já defenderam e deram muito por uma causa - a liberdade deve ser a que mais vos diz - e hoje se encontram enrodilhados numa vida monótona e superficial. Para que se recordem quem foram e pressintam quem ainda podem ser.

redescobrir a caixa de correio


Descobri, quase por acidente,que havia no mundo quem gostasse ainda de receber correspondência à moda antiga. O prazer de manusear um pedaço de papel que te foi destinado por alguém que, pensou em ti, decidiu oferecer-te algum do seu tempo e concebeu um documento manuscrito especial. Neste caso particular falamos de postais. De todo o mundo. E nunca vais saber precisamente de onde. O prazer também da antecipação e da surpresa. Isto sem falar dos selos, essas obras de arte agora tão menosprezadas ou submetidas a um lugar honroso e discreto numa qualquer colecção privada.
O site tem um design perfeito, foi idealizado por um português de 24 anos, inspirado no bookcrossing, que para quem não conhece também é um projecto bem conseguido.
A única final reflexão que vos deixo é simplesmente o sabor triste que fica por saber que tudo isto só é especial porque está quase em vias de extinção. Tempos houve em que escrever uma carta ou um postal era tão ou mais corriqueiro quanto um mail ou um sms.

sexta-feira, agosto 12, 2005

pensamentos soltos

Bem sei, bem sei... sou sempre a mesma apesar da minha presunção em ser diferente. Penso que já aprendi algumas lições importantes mas afinal está tudo na mesma. Quando chega a hora da verdade, pimba catrapimba! a verdadeira S. vem ao de cima.
Enfim, este post serve apenas para me martirizar.

O dia é de calor. Sol e temperaturas de verão. Eu passo o meu tempo na pasmaceira, fazendo as mesmas coisas que se estivesse sózinha. Será que se aprende a viver de uma certa maneira e depois é difícil entrar noutros rituais?

Fui ver o novo filme do Steven Spielberg "A Guerra dos Mundos", repleto de clichés, bem encadeados, que me fizeram prender à cadeira e sentir terror. O homem é bom realizador, porque sabe manipular as sensações do público. Antes tinha ido ver "Dark Water", de Walter Salles. Esse sim, apelidado de thriller, mas que me deixou insatisfeita. Boa fotografia, boa banda sonora e óptimas personagens-tipo. O argumento não soube conduzir a assistência até àquele lugar onde os medos se escondem. O realizador precisa de aprender um pouco mais sobre como manipular massas.

É estranho como as nossas expectativas nos definem, controlam, dominam. Se tivermos à partida expectativas elevadas, o mais provável é sairmos, no mínimo, desiludidos. Se as expectativas forem diminutas ou inexistentes então aí a probabilidade de sairmos, no mínimo, bem dispostos é elevada. Se assim é porque não controlamos as nossas expectativas para que tudo seja sempre melhor. No pior cenário possível, ficamos contentes porque tinhamos razão em primeiro lugar.

Vale a pena viajar. Não é que o tenha descoberto apenas agora, mas sinceramente viajar é algo que me deixa sempre feliz. E por tantas razões ao mesmo tempo: conhecer, aprender, partilhar, participar, divertir, crescer, desenvolver capacidades, visões, aptidões. Porque não viajamos todos?
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