quarta-feira, dezembro 28, 2005

cinema: Broken Flowers


Bom. Fui sozinha ao cinema desta vez. Acho que este ano ainda não tinha ido ao cinema sózinha. É sempre uma experiência única. (passo a piada). Mais uma matiné. Não, não ando deprimida nem com tendências eremitas, introspectivas ou depressivas. Nada disso, até porque a escolha do filme teria sido danosa para alguém em tal condição. Classificado como pertencente ao género comédia este filme tem tudo para ser um drama. O filme vive muito do actor principal - Bill Murray. O seu sorriso inigualável (eu gosto desta palavra) e olhar brilhante atingem qualquer centro emocional da nossa mente. Creio que a palavra certa é empatia. É impossível ficar indiferente. O filme não vence pelo argumento (escrito pelo realizador - Jim Jarmush), nem pela banda sonora (excelente!), nem pela fotografia (boa), nem pelo restante elenco (que conta com nomes sonantes), mas pelo contexto. É mesmo assim. É um filme que funciona como um pano de fundo emcional. Somos envolvidos pela vida de Don Johnston. Quase somos o próprio. O filme não chega a contar uma história, o filme não é uma história, nem chega a uma situação. É uma sucessão de momentos de uma pequena parte da vida de Don. É um filme minimalista, onde todos os pormenores têm um sentido. E, por incrível que pareça, é um road-movie. Uma viagem pela estrada, pelo passado, em descoberta de si e do outro. Os sentimentos que emanam da película vêm de quem assiste, da sua sensibilidade e, sobretudo, da sua idade. Há coisas que se compreendem apenas quando são vividas.

cinema: Como se uma teia me envolvesse


Fui há dias ao cinema, pós-natal. Muitas crianças numa sessão da tarde bem frequentada. Queria ver o mais recente filme de um dos meus realizadores de eleição - A noiva cadáver (Corpse Bride). As expectativas eram muitas e, por isso, corro o risco de desilusão. Pensei em deixar para mais tarde, em escolher melhor a sessão e a sala de cinema, mas aí a expectativa seria maior. Fui. O estilo inigualável de Burton e, em particular de "Nightmare before Christmas", era evidente, nas personagens, na música, no ambiente fantástico revelando o lado mais negro do humor, na música de Danny Elfman (que nome mais perfeito!). Um filme que se sente de pequena duração para quem aprecia. Fica a sensação de que as ideias poderiam ter sido mais desenvolvidas, ou as personagens mais trabalhadas. Nada igualava a compexidade de "Nightmare before Christmas". E a comparação é impossível de não se fazer. Eu queria mais! No entanto, fica sempre a vontade de ver mais do trabalho de Tim Burton. E a expectativa começa a crescer mal o último filme acaba de ser visto...
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